18.3.10
Almas
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
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Ah, este Fernando...
ResponderExcluirA minha alma é de poeta mexicano, eu sei...
Cada vez que em oráculo meu pousas,girassois meus ,com voce ,voar querem,obrigado por solititude e ternura vtua!
ResponderExcluirviva la vida
Olá minha cara Gisa, passei para uma visita e encontrei Pessoa, que eu adoro. Muita sensibilidade e inteligência em seu blog, espero poder voltar...Parabéns pelo blog e pela linda família.
ResponderExcluirPaz e harmonia,
Forte abraço
C@urosa
Lindo Pessoa por isso é Fernando. Beijo
ResponderExcluirMuito bom. Seu layout tá lindo e sua foto no perfil mais ainda.
ResponderExcluirBom fim de semana
Bjao
Vivo me peguntando, Gisa: Fui eu? :) Acho este poema é incrível. Beijo!
ResponderExcluirnovo visual! tá lindo aqui! ei! tem ritmo a poesia! dá pra musicar fácil
ResponderExcluirNão deveria ser facetas?
ResponderExcluirPois alma só temos uma, ela é nossa essência.
Fique com Deus, menina Gisa.
Um abraço.